Pesquisa do PPGF é agraciada com o 12º Prêmio Octávio Frias de Oliveira do ICESP/Grupo Folha
Data da publicação: 1 de agosto de 2021 Categoria: Divulgação científica, Internacionalização, Prêmios
Que tal desenvolver um teste para predizer o risco de um paciente ter um câncer? Um estudo conduzido por pesquisadores do Laboratório de Farmacologia da Inflamação e do Câncer da Faculdade de Medicina da UFC (Lafica/UFC) identificou a necessidade de produzir uma ferramenta para o rápido diagnóstico de pacientes com câncer colorretal. O câncer colorretal é uma doença com alta incidência e mortalidade. Em grande parte, a alta taxa de mortalidade está associada ao diagnóstico da doença em estágio já avançado. Em muitos casos, os pacientes enfrentam um longo período de espera para exame diagnóstico por meio da colonoscopia, o padrão-ouro para identificar esse tipo de câncer. A limitação desse teste esbarra no custo elevado, risco de sangramento e perfuração intestinal. Esse tempo pode ser crucial no tratamento do câncer, pois se a doença for detectada precocemente, as possibilidades de tratamento e prognóstico (chances de cura) são bastante favoráveis. Dessa forma, o objetivo do estudo foi encontrar um biomarcador que pudesse ser encontrado no sangue e assim possibilitasse o diagnóstico precoce do paciente de forma não invasiva, mais barata e de fácil acesso. Nesse sentido, o trabalho investigou os microRNAs (miRNAs) como potencial ferramenta diagnóstica. Os miRNAs são sequências de 12 a 25 nucleotídeos que desempenham um papel crítico na sinalização celular por interferir na ação de RNAs, impedindo a produção de proteínas. A alta expressão de alguns miRNAs está associada a vários tipos de tumor, incluindo colorretal, mama, gástrico, pulmão, entre outros. Foi realizado o rastreamento de miRNAs em amostras de sangue de pacientes com ou sem câncer colorretal, visando a detecção precoce da doença. Identificou-se uma assinatura de miRNAs (miR-28-3p, let-7e-5p, miR-106a-5p e miR-542-5p) de alto desempenho, a impressão digital do câncer em formação, que aumenta em concentração no sangue na proporção em que o câncer avança. Esses achados indicam que por um simples exame de sangue o paciente venha a saber se ele precisaria se submeter a exames mais complexos para confirmar o diagnóstico da doença. Esse trabalho foi publicado no periódico científico Cancers (fator de impacto 6.639, conforme JCR 2020), uma importante revista na área de Oncologia, e foi premiado com o primeiro lugar no 12º Prêmio Octávio Frias de Oliveira na área de inovação tecnológica em oncologia, edição 2021. Esse prêmio é anualmente ofertado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e promovido em parceria com o Grupo Folha.
O trabalho foi objeto da tese de doutorado da discente Camila Meirelles, sob orientação do Prof. Roberto César e contou com a participação de alunos de iniciação científica do Lafica (Heitor Muniz e Igor Paiva), discentes e egressos do PPGF (Lívia Nobre, Dr. Carlos Wagner e Dra. Larisse Lucetti) e de pesquisadores de diversas instituições, como o Instituto do Câncer do Ceará (Dra. Deysi Wong, Dr. Paulo Goberlânio, Dra. Rosane Sant’Anna, Dra. Patty Saldanha, Dr. Carlos Hirth e Dra. Josiane Quetz), Hospital Universitário Walter Cantídio (Dr. Marcellus Souza, docente permanente do PPGF), o Hospital Geral César Cals (Dr. Daniel Ferreira), A.C. Camargo Cancer Center de São Paulo (Dr. Mateus Barros, Dra. Hellen Kuasne e Dra. Julia Mello) e o University Hospital of Southern Denmark (Dra. Silvia Rogatto).
Vale destacar que este estudo só foi possível por conta do investimento voltado ao SUS através do REBRATS, Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde, que promove estratégias para viabilizar a elaboração e a disseminação de estudos de tecnologia em saúde prioritários para o sistema de saúde brasileiro, além do CNPq. O resultado da premiação foi publicado na Folha de São Paulo. Já a cerimônia de premiação ocorrerá no dia 05 de agosto nas redes sociais do Jornal.
O trabalho pode ser acessado na íntegra pelo link: https://www.mdpi.com/2072-6694/13/7/1493
Fonte da imagem: adaptado do artigo e construída com recursos do https://www.freepik.com
Link para a notícia sobre o prêmio: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/07/estudos-sobre-exercicio-no-cancer-e-novo-tipo-de-diagnostico-levam-premio.shtml
